Desengavete o manual de instruções
Publicado em Andei Pensando..., Educação, Cotidiano, Psicologia e Religião.
De que adianta entendermos o mundo, se continuamos a reclamar das incertezas que dele provem?Observando animais presos em um zoológico ou livres, em filmes que se ocupam com a revelação das belezas do chamado mundo selvagem, sempre admiro a simplicidade como repetem a forma do viver, voltados para a autopreservação e a da espécie.
Admiro o espetáculo que se revela desde os gestos mais sutis de pandas em pés de eucaliptos até o ataque voraz de leões às suas presas praticamente indefesas.Em se tratando de sobrevivência, nossos conterrâneos mamíferos sempre praticam o máximo daquilo que trazem impresso em suas estruturas cromossômicas, acrescido daquilo que adquirem com o exemplo de seus pais, quando o assunto é viver.Observe que é no uso do que há de melhor que se estabelece o show da vida.
Porém, em se tratando de nós humanos, esse quadro sempre tende a se complicar e muito, quer pelo rótulo de racionais ou por autodenominarmo-nos “cultos”. Quanto mais acreditamos entender a casa em que fomos colocados para cuidar e usufruir, mais nos perdemos em sua conservação, o que fatalmente está nos reservando um futuro recheado de medos e desdém.
Preocupamo-nos em tudo saber, muito mais a fins de desenvolver critica a terceiros do que para nos envolver em projetos que realmente possam vir a viabilizar o “progresso sustentável”, tanto de nosso planeta quanto de nossas próprias famílias.A família, a casa, a comunidade e o planeta são os lugares em que o espetáculo de nossas vidas precisa brilhar; porém, como atingir esse patamar de sucesso, se na maioria das vezes optamos pela negligência em nossa relação com esse palco, não colocando em prática as habilidades e experiências que dispomos?
Somos maus aprendizes, constantemente dispostos a negar as antigas orientações óbvias bem como as novas observações que, mesmo feitas “in loco”, insistimos em ignorar.Dentro desse contexto, sugiro que pais e educadores repensem mais intensamente os critérios daquilo que buscam com relação à aprendizagem das futuras gerações, pois sem sombra de dúvidas elas precisarão de muita informação que só terá sentido se acrescidas de ousadia e determinação para colocar, ou ao menos viabilizar, discussões não preconceituosas e interesseiras, de caminhos que possibilitem a retomada do prazer de vivermos com nossas famílias, em nossas casas, comunidades e planeta.
Apoio integralmente os atos de preservação da natureza e o trabalho das Ongs que se dedicam a essas intenções, mas já que alertas existem para ser dados; ai vai o meu:-“Salvemos a terra, salvando a raça humana”.
Quanto à receita, tenho certeza que ela passa pela leitura do manual de instruções, deixado pelo Criador. Desengavete-o.