Mulher, não repita o pecado do homem

Publicado em Andei Pensando..., Educação, Cotidiano, Relacionamento e Psicologia.


Mulher, não repita o pecado do homem

Em um passado não muito distante, costumava-se dividir homens e mulheres a partir de pressupostos estanques de tal forma, que mesmo com o advento de novas e libertadoras idéias sociais, muitos continuam a ser falados e praticados como se fossem verdades absolutas.Com o passar do tempo, idéias discriminatórias que colocavam os homens como seres fortes e dominadores, delegando às fêmeas o papel de sentimentais, frágeis e conciliadoras, foram sendo aliviadas a partir da celebre frase “atrás de um grande homem, sempre existe uma grande mulher”.Pronto, conseguiram dar à frágil, o status de alicerce da fortaleza.

Sabe, nos últimos anos, tenho aprendido muita coisa, e uma delas é que não existe ser humano forte, resolvido, ou mesmo totalmente autônomo em suas decisões.O que existe é gente que “se acha”, e se no passado essa característica era marca registrada da “atitude altiva dos machos”, hoje vemos crescer com grande velocidade a necessidade de muitas mulheres se destacarem, como seres independentes.Independentes de quê? Qual será a função ou a vantagem dessa demonstração de força? Porque repetir o mesmo, e antigo erro, que ainda hoje leva muitos homens a se mascararem de super e frios heróis em seus meios?

Certa vez a primeira ministra inglesa Margaret Thatcher disse que “Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é”, e eu acrescento afirmando que: aquele que se mostra poderoso, no fundo morre de medo de nunca vir a ser.Parece-me muito simplista darmos a seres diferentes o papel e a obrigação de perpetuarem essas diferenças.Homens e mulheres não são isso ou aquilo, e sim seres que precisam se completar na busca pelo equilíbrio que a dupla Sá e Guarabira descreveu em um antigo tema da novela Roque Santeiro: “harmonia é ver o sol nascer com o brilho da lua ainda lá...”.

Impressionante, se até os maiores símbolos do antagonismo conseguem conviver, partilhando e embelezando um mesmo céu, porque homens e mulheres têm tanta dificuldade em se contemplarem em suas relações.Eu sei que muita gente vai esbravejar, dizendo que anda difícil de se confiar nas pessoas, e que com certeza esse quadro talvez só piore quando falamos de sexos opostos, o que sem dúvida é uma visão totalmente distorcida, de nossa humana vocação interacionista.

Como já nos alertou o mineiro Beto Guedes, é preciso “recriar o paraíso agora, para merecer o que vem depois...”.Mulheres, não caiam na antiga, cruel e auto-destrutiva armadilha do “ser livre”, que constantemente se pega prisioneiro da obrigação de ser “o cara”.A liberdade está em se viver bem e plenamente a vida da forma como ela se apresenta, e nesse aspecto tenham a certeza de que tudo aquilo de novo que por ventura vier a se apresentar, ficará mais fácil se for pensado e resolvido por cabeças e emoções diferentes que tenham a clareza e a sutileza de integrar.

O que esse mundo anda precisando, é de meninas, moças e senhoras dispostas a se apresentarem como realmente são, ou seja: leves e verdadeiras, e que os homens aprendam com elas.



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